“Se você tem
na verdade um coração generoso, não pergunte. Sublime boa fortuna. A
generosidade será realmente reconhecida como uma virtude sua.”
A verdadeira generosidade não é
calculista nem se preocupa com gratidão ou mérito, age em virtude de uma
necessidade interior. Tal coração verdadeiramente generoso já se sente
recompensado ao ser reconhecido. Assim sua influência benéfica se estende a
vida toda sem impedimentos.
Linha V – Hexagrama I, Aumento.
Comentário sobre a Linha V:
“Se, de fato, você tem um coração
generoso...”A verdadeira generosidade nasce de uma necessidade interior, não
envolve qualquer pensamento preconcebido, é puramente espontânea porque está de
acordo com nossa verdadeira natureza. Na guerra contra a vaidade devemos
considerar se agimos impulsionados pela inocência ou visando méritos. É maior o
efeito da generosidade quando nos privamos dos prazeres e vantagens para
conseguir um relacionamento mais correto. Não devemos nos preocupar se nossas
opiniões não forem reconhecidas, pois quem permanece fiel a si mesmo e puro de
coração terminará sendo reconhecido.
Se fizermos questão de demonstrar nossos
sentimentos, pretendendo influenciar outras pessoas ou dando-lhes o prazer de
serem reconhecidas, cometemos o erro de encarar nossos cuidados como um prêmio.
Então, se valorizamos a maneira como sentimos, ficamos sob a influência da
vaidade. Se expressarmos o que sentimos por temer que os outros necessitem de
uma prova de nossa solicitude, estaremos servindo de instrumento aos seus egos.
Ficamos desgastados toda vez que o desejo ou o temor nos levam a uma demonstração
de nossas opiniões ou sentimentos, ou à defesa de nossos atos. Se permanecermos
voltados para a correção de nossos motivos e firmes em nossos princípios,
naturalmente será acertado o que falarmos com espontaneidade.
Definitivamente, a verdadeira
generosidade consiste em fazermos conscientemente o que é correto longe dos olhos
e ouvidos alheios.
Por fim, ser generoso é ser também
paciente se forem cometidos erros por nós ou por outras pessoas. Perdoar não
inclui um ato de penitência ou uma justificativa. Permanecemos simplesmente
pacientes, moderados e justos em nossa atitude para com os outros.

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